terça-feira, 19 de outubro de 2010

Amigas e amigos da PDS, Paz e Amor!



Estamos mais uma vez convidando a tod@s para participarem do próximo Ágape, que será realizado no dia 30/out/2010, sábado, 19 hs.

O ágape é uma festa antiga, que surgiu entre os primeiros cristãos, nos tempos em que alguns apóstolos ainda eram vivos. O ágape era uma grande festa, um banquete, onde aqueles que muito tinham compartilhavam com aqueles que nada tinham, era assim uma verdadeira celebração do amor e da amizade, da irmandade de tod@s nós nessa grande família que tem a Divindade por Pai e Mãe.

É nesse espírito que celebramos a festa do amor, o ÁGAPE, onde cantamos, dançamos em roda, partilhamos experiências e testemunhos, nos aconchegamos na terapia do abraço, comungamos do alimento e da bebida numa mesa fraterna, ou seja, é tudo de bom!

Não perca!

Participe conosco!

Aurelio, OST

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

CAFÉ COM CINEMA - NOVAS FAMÍLIAS



Amig@s
da Pastoral da Diversidade Sexual.

Quero manifestar, em nome de nossa equipe organizadora, nossa gratidão pela presença de cada um@ que compareceu em nosso último CAFÉ COM CINEMA, realizado no último dia 01 de Outubro último. Desta vez tratamos do tema: Família e a Diversidade Sexual, com vários documentários que tratam das novas possibilidades de organização familiar.
O modelo de família tradicional patriarcal está sofrendo uma profunda crise nestes tempos de modernidade e pós-modernidade. A família constituída de pai, mãe e filhos hoje não atende mais todas as demandas de afetividades humanas que estão cada vez mais se firmando entre nós.
No contexto do próprio nascimento de Jesus há uma profunda crítica ao modelo de família e de casamento existente em sua época. Jesus nasce filho de mãe solteira! Maria quando dá a luz, não está casada com José. Em nenhum lugar dos Evangelhos se fala sobre o casamento entre José e Maria. Maria então já viveu no nascimento do Jesus Deus menino, uma experiência de uma família alternativa ao padrão vigente em sua época.
São fartas também as histórias de reis e de personagens bíblicos que viveram relações afetivas de concubinato e de poligamia. Jesus e seus discípulos viveram uma relação de comunidade que também se constituiu em uma nova relação familiar.
Este Café com Cinema enfrentou a discussão sobre a crise de um modelo de família que esteve legitimada por tantos séculos, mas que hoje não atende a demanda afetiva que tem se tornado cada vez mais plural.
O Café com Cinema está ajudando os seus participantes a alargar o conhecimento da diversidade sexual, tratando de curar resquícios de preconceitos que ainda temos no campo da sexualidade . Estamos também formando uma grande família de pessoas que desejam uma aproximação do sagrado, do amor encarnado de Jesus, experienciado na partilha de vida entre as pessoas, na partilha do lanche, na partilha do bom vinho e da amizade.
As 26 pessoas que viveram esta experiência conseguiram perceber que Deus e o seu amor incondicional está para além das instituições religiosas, carregadas de muitos preconceitos e visões deformadas do Evangelho.
Queremos agradecer de forma especial a intervenção da Dra. Chyntia Barcellos, especializada em direito homoafetivo (veja artigo neste blog), também a presença de Marta Jane, candidata a governo de Goiás, e do Mascote candidato a deputado estadual do estado de Goiás.
Nossa próxima atividade da Pastoral da Diversidade Sexual será o Ágape: a festa do amor, que será celebrada no próximo dia 30 de outubro de 2010.
Que o amor incondicional de Jesus nos aproxime cada vez mais uns dos outros. Enquanto houver pessoas vivendo histórias de amor, haverá necessidade de constituirmos famílias. A grande novidade de nosso tempo é que, a experiência de família não pode mais ser escrita no singular.

Com todo o nosso carinho.

Reverendo Elias Mayer Vergara, ost.


VÍDEOS UTILIZADOS NO ENCONTRO...















Segue-se então as fotos do Café com Cinema... Mais um evento de sucesso.... Sucesso esse que devemos aos participantes...

























À Família Anglicana (IEAB) de Goiânia, devemos nossa gratidão pelo excelente trabalho de amor voltado ao público LGBT e demais orientações sexuais...
Deus os abençoe, hoje e sempre.
Amém.

sábado, 2 de outubro de 2010

Parceiros homossexuais devem ter direito de casar no Brasil?



A palavra casamento está intimamente ligada ao conceito de família. Falar em casamento entre parceiros do mesmo sexo é preciso antes classificar e identificar a família contemporânea.

E a família mudou, está mais complexa e em constante evolução. A reformulação dos papéis femininos, ou seja, a inserção da mulher no mercado de trabalho, os constantes divórcios, a diminuição das diferenças hierárquicas entre pais e filhos e, ainda a manipulação genética da prole são alguns fatores que desencadearam essas mudanças, dando à palavra família um novo conceito.

Tanto é verdade que o próprio Código Civil substituiu a palavra pátrio poder, que denominava apenas o homem como o chefe da família, por poder familiar, igualando, assim, o homem e a mulher como sujeitos de direitos e deveres mútuos dentro da família.

Não há dúvidas que famílias continuam sendo constituídas e formadas segundo os moldes tradicionais, por pai, mãe e filhos, porém outras formas de organização familiar foram surgindo dentre elas: famílias repartidas pelo divórcio, famílias constituídas por um único progenitor (monoparentais), famílias com filhos adotados ou com bebês oriundos de reprodução assistida, famílias constituídas por pais homossexuais masculinos ou femininos, com filhos também adotados ou de proveta e ainda filhos de casamento ou relação heterossexual anterior e, por fim, casais sem filhos.

E assim, em meio a tantas mudanças surge a família homoafetiva. Família esta que tem como base o afeto e um projeto de vida em comum, onde a sexualidade é apenas um dos fatores dessa constituição e, que não pode por si só macular a sua grandeza.

A despeito da omissão do legislador ainda inerte e preso às concepções particulares é a Justiça brasileira a grande protagonista dos avanços, no que diz respeito ao reconhecimento das uniões homoafetivas como entidade familiar.

Desta forma, o que se busca hoje no Brasil é o reconhecimento e equiparação da união homoafetiva à união estável entre homem e mulher, a fim de que sejam reconhecidos aos parceiros homossexuais direitos legais de guarda e convivência com os filhos, adoção, direitos previdenciários e direito à herança.

Sendo assim, tanto os projetos de lei em andamento no Congresso Nacional como as decisões judiciais espalhadas por todo país, visam incluir as uniões homoafetivas no regime jurídico da união estável.

A União estável é a união entre homem e mulher, amparada constitucionalmente como entidade familiar, onde companheiros com ou sem filhos convivem como se casados fossem, de forma pública, contínua e duradoura sob o mesmo teto, sem contrair matrimônio, ou seja, não buscaram formalizar essa união por meio do registro civil.

Já o casamento civil entre pessoas homossexuais nos moldes como aconteceu na Argentina reflete um momento político e histórico daquela sociedade. No Brasil apesar de não se ter uma lei que garanta os direitos civis de pessoas homossexuais, também não existe proibição expressa. Sobretudo, para que o casamento homossexual se torne uma realidade, dependerá primeiramente do reconhecimento legal da união homoafetiva como uma união estável e posteriormente de uma mudança de paradigma do legislador, que deverá acompanhar os anseios e transformações sociais.

A homossexualidade não é uma opção e sim um fato da vida e por si só não é capaz de afetar a vida de terceiros. No que tange às relações entre parceiros do mesmo sexo, estas vão continuar existindo mesmo sem a aceitação social.

Nesse caso, o que importa e ainda carece no Brasil é a atitude revestir essas uniões de segurança jurídica, seja dando a elas o status de união estável ou a permissão para o casamento.

Assim, negar o caráter familiar às uniões homoafetivas, bem como os direitos inerentes a elas é uma atitude incompatível com o Estado Democrático, onde “as pessoas e os grupos sociais tem o direito de ser iguais quando diferença as inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade as descaracteriza.”


*Chyntia Barcellos é advogada especialista em Direito das Famílias, Sucessões e Direito Homoafetivo. Email: chyntia@chyntiabarcellos.com.br